A ti, tia Nininha

Quando alguém morre, uma nuvem transforma-se num anjo e voa para dizer a Deus para por mais uma flor numa almofada.

Um passaro traz a mensagem de volta ao mundo e canta uma oração silenciosa que faz com que a chuva chore. As pessoas podem desaparecer, mas na realidade nunca vão embora.

Os espiritos lá de cima põe o sol na cama, acordam a relva e revolucionam a Terra com circulos tontos. Por vezes podemos vê-los a dançar numa ou noutra nuvem durante o dia, quando é suposto estarem a dormir. Eles pintam arco-iris e também o pôr do sol e fazem com que as ondas do mar rebentem e regressem com a maré. Eles são capazes de disparar estrelas e ouvem os nossos desejos

E quando cantam a canção do vento, eles estão a sussurrarem "Não sintas assim tanto a minha falta. A vista por cá é fantástica e eu estou a sair-me muito bem".

A ti tia Nininha, seja lá qual for a nuvem onde te encontres.

Nunca permitirei que te vás embora da minha vida. A morte é uma ilusão de óptica, não te vejo mas sinto-te.